Por que somos menos exigentes do que deveríamos com nossas decisões de carreira?

Considerando que a insatisfação no trabalho já atinge 81% dos profissionais brasileiros e que o tema tem sido destaque recorrente em diversas pautas, esse é um questionamento que todos deveríamos nos fazer.

Uma matéria recente da Forbes Carreira, divulgou um estudo feito pela Zenklub com 20 mil profissionais de setores diversos, mostrando que o nível de bem-estar dos brasileiros com o trabalho está abaixo do mínimo considerado.

O profissional brasileiro pontuou 65,4, enquanto a pontuação mínima no Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) para medir ambientes emocionalmente saudáveis, seria 78. O marcador, desenvolvido por uma equipe de educação corporativa, medicina do trabalho e psicologia em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia nove pontos:

  • Conflitos e situações abusivas;
  • Preocupação constante com o trabalho;
  • Desconexão do trabalho;
  • Autonomia e participação;
  • Exaustão e volume de demanda;
  • Relacionamento com liderança e colegas;
  • Clareza de responsabilidades.

“A exaustão dos profissionais têm a pontuação mais preocupante.”

Deveríamos ser, naturalmente, mais criteriosos com nossas decisões a respeito de onde passamos 1/3 das nossas vidas. A disposição para aceitar situações no trabalho que nos fazem mal, não deveria ser mais importante do que o nosso interesse em preservar o próprio bem-estar.

Por que nos acomodamos a situações que nos fazem mal?

Lendo um texto sobre “escolhas de parceiros” publicado pela BBC Brasil, me deparei com um estudo teórico interessante sobre *“viés de progressão”* — inclinações ocultas que levam as pessoas a permanecerem em relacionamentos mesmo eles não atendendo aos seus critérios.

A professora de psicologia da Universidade do Oeste, Samantha Joel e Geoff MacDonald, professor de psicologia da Universidade de Toronto, defendem que as pessoas não são tão seletivas sobre seus parceiros quanto pensam, e têm a tendência de insistir para que o relacionamento, mesmo sem um sentido, dê certo, em vez de rompê-lo.

O “viés de progressão” é similar às tendências psicológicas das pessoas também em outros campos.

Por exemplo, a falácia dos custos irrecuperáveis (não querer perder o que já investiu); o viés do status quo (decidir manter a situação atual em vez de rompê-la); e optar pela satisfação sobre a maximização (acomodar-se com “o suficiente” em vez de buscar o ideal).”

As decisões de trabalho, impactam a vida como um todo, portanto, devem ser elaboradas com bastante critério e sensatez. A descoberta desse viés, ajuda a entender o porquê dos profissionais se acomodarem a situações de trabalho que lhes fazem mal.

Nesses vinte anos de experiência em mentoria de carreira, entendi que nem todos os profissionais estão preparados para sair da “Matrix” e retomar o controle de suas vidas.

Somente depois de tomar consciência da necessidade de se libertar dos vieses que (mesmo inconscientes) o mantém preso a relações de trabalho tóxicas, o profissional cria expansão de carreira.

Questionado sobre ser menos exigente do que deveria com suas decisões de trabalho, o que você responderia?

Waleska Farias

Mentora de líderes, Estrategista de Marca Pessoal, Carreira e Reputação 


Waleska Farias

Liderança Integral, Marca Pessoal, Carreira e Reputação.

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Waleska Farias

Criadora do Núcleo de Desenvolvimento Humano Waleska Farias com + de 10 Mil Líderes Capacitados.

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