É inquestionável a tendência cada vez maior das redes sociais como plataforma de comunicação de sucesso. Não só pelo trânsito de personalidades diversas, mas pela notoriedade revelada no carisma e na originalidade dos posts. Nesse cenário, qualquer um pode arregimentar milhares de seguidores, principalmente se tiver foco, estratégia e visão de futuro.
O Twitter oferece larga abrangência pela facilidade com que promove trocas entre seus usuários. E é extremamente curiosa a forma como, em qualquer transação interpessoal, transparecemos nossas idiossincrasias. É sabido que criticar e assumir posição contrária, enquanto polo de discordância, pode render alguma visibilidade. Nesse aspecto, é recorrente no Twitter que alguém que tenha feito críticas, quando contrariado, responda no papel de vítima, argumentando que a despeito de toda sua “boa intenção”, não foi bem interpretado.
Em episódio recente, houve uma chuva de agressões contra um artista conhecido, em que o agressor, personalidade eminente, não poupava impropérios para rechaçá-lo. Da acusação pelos cabelos postiços à pobreza intelectual, desaguando no tiro de misericórdia, onde sugeriu que o outro se recolhesse à sua insignificância. Tudo isso, em rede planetária! Nesses casos, um “deixar de seguir” ao agressor ajuda a coibir esse tipo de comportamento.
Entre outras ocorrências, o Twitter configura apenas o desabafo de alguns através de indignações em resposta à postura de outros. Dessa vez, o palavrão se faz ecoar post afora, liberando o então agredido de sua raiva e revolta. Será? Sim, o Twitter é também local de desabafo sem restrição a horário e faixa etária. Independente de qual seja o perfil sóciopsicológico em questão, é preciso que se mantenha o nível de educação nas relações e se tenha respeito por aqueles que nos seguem na grande rede.
No que tange aos feitos e conquistas, claro que divulgar nossas proezas faz parte do cenário das redes sociais e o intuito é, sim, aproveitar as oportunidades. Mas uma dose de parcimônia e modéstia não faz mal a ninguém. Quem é que aguenta o “vide bula” em excesso de alguns personagens que não se cansam de reproduzir a imagem do próprio espelho?
O Twitter disponibiliza a opção direct message. Por que não utilizá-la para agradecer aos novos seguidores e estreitar algumas situações, as quais não configuram um assunto de domínio público? Paqueras, críticas construtivas, comentários mais picantes, opiniões particulares sobre demais pessoas, agradecimentos coletivos e ofertas de gentilezas one by one ficam melhor através da opção DM.
Enfim, poder interagir através das redes sociais é um luxo! Mas precisamos ter consciência de que, nesses ambientes, “interagimos em grupo”. É bom lembrar que a grande maioria dos nossos seguidores não nos são íntimos, portanto, merecem ficar ao largo de determinados episódios.
No mais, exerça seu melhor escrevendo com graça e bom humor, de forma breve, pertinente e inspiradora, para fazer por merecer a companhia e admiração de seus seguidores.
Waleska Farias
É muito próxima a linha que divide a liberdade de expressão da invasão do espaço alheio. As redes sociais também levam consigo necessidades de acordos sociais do mundo real. Será que quem agride virtualmente, faz o mesmo pessoalmente?
É preciso ter equilíbrio em toda forma e meio de comunicação, ainda mais quando se trata de uma rede onde as pessoas escolheram ou foram convidadas a estarem o tempo todo com acesso ilimitado ao que se posta e replica. Tudo é uma questão de bom-senso. Se não o temos ”offline”, que não se espere por ele “online”. No virtual, parece que tudo fica mais fácil, como uma espécie de armadura pró-sociabilização. O compartilhar nunca esteve em tanta atividade e evidência. E isso deveria ser muito, mas muito bom.
Débora Castro de Farias
Certa vez, recebi de um amigo uma definição magnífica para designar o poder sedutor do mundo virtual. Ele disse que a mágica da internet estava no efeito “buraco de fechadura”, referindo-se aos comportamentos que adotamos quando estamos protegidos pelo anonimato. Sob essa “proteção”, muitos adotam posturas corajosas, mas também atrevidas, sendo capazes de ações impensáveis no mundo real. Claro que isso é decorrente da imaturidade coletiva, observada principalmente nas redes sociais – o grande mural mundial.
O antigo ditado popular:
“Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”
deve ser atualizado para:
“Há quatro coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada, a oportunidade perdida e o “post” publicado na rede social”.
Grande parte das pessoas assumem suas vidas digitais ignorando consequências reais, acreditando estar agindo anonimamente. Esse é um grande engano, pois é justamente no mundo virtual que se deixa o maior número de rastros de seus comportamentos.
Fonte Exame – Blog Sidnei Oliveira