Assim como na jornada do herói de Joseph Campbell, a busca da mulher na vida real pela conquista dos seus objetivos é, também, uma jornada, uma busca interior enriquecida por ritos de passagem para integrar as várias dimensões do “ser mulher” às demandas de ordem prática do seu dia a dia. Essa jornada revela o ciclo de vida da mulher desde o enfrentamento dos desafios que seus múltiplos papéis oferecem até à determinação para transpor as etapas de transição, assimilar os novos aprendizado e qualificar-se no melhor de si. Cada vez mais a mulher é convocada a gerir com consciência sua própria vida no modo multitarefa.
Vivemos todas inúmeras jornadas na vida e precisamos aprender a identificar quando uma etapa termina para perceber o chamado de uma nova fase. Com a pluralidade do que, em essência, é ser mulher nos dias de hoje, o acúmulo dos vários papéis assumidos, não raro, compromete seu bem-estar e qualidade de vida, pois frente às responsabilidades, dedicada à excelência das suas entregas pelo desejo de imprimir valor e conquistar espaços, muitas vezes negligencia suas próprias medidas.
Somente a consciência da própria medida, pela métrica do ser e querer, concede à mulher o seu “empoderamento”. A partir da compreensão de si mesma e da sua capacidade de realização, atua com sabedoria entre as variáveis subjetivas e práticas dos seus múltiplos papéis para posicionar-se de modo estratégico na construção de um caminho que a permita ser feliz.
Ser Mulher é viver mil facetas em uma mesma existência. É sustentar a fé quando ninguém mais acredita. É transitar na dúvida plena de certezas. É diante do abismo pressentir o sopro de vida. É ser forte por não fugir à luta. É perder-se em sonhos e encontrar-se neles. É viver emoções nem sempre perceptíveis. É compreender o que nem mesmo existe. É guiar-se pelo norte de quem precisa. É resignar-se no hoje e ansiar pelo amanhã. É perdoar sem negligenciar o limite. É saber que existe fim, mas, também, recomeços. É apesar de tudo dispor-se a amar. É ser várias, mas uma pela inteireza do ser. É mesmo no plural, saber ser singular. É ser multi, mas, única na condição de mulher.
É, simplesmente, alguém que na determinação de ser feliz descobre a cada dia que não só pelo bem querer, mais muito pela condescendência à “delícia de ser o que é”, cada vez mais descobre o melhor de si.
Waleska Farias
Liderança, Carreira e Imagem