Lideranças: Quanto do tempo é gasto com “coisas” e “pessoas”?

Pesquisa revela que chefes não prestam atenção nas equipes.

Um gestor pode ser considerado um bom líder quando é capaz de inspirar pessoas e envolver as organizações na construção da visão de futuro ideal. Deve assumir a posição de agente transformador e promover as mudanças – a partir de si próprio – como estimulo para criação das condições necessárias ao bom desempenho dos seus colaboradores.

Esse deveria ser o modelo ideal de liderança. Porém, segundo pesquisa realizada em janeiro deste ano, com 1.200 profissionais de cargos de liderança e funcionários de empresas no Brasil, o cenário é bem diferente. Segundo a pesquisa realizada em parceria com a empresa de planejamento e pesquisa Cristina Panella e a agência LeadPix*, 41% dos gestores afirmam que dedicam muita atenção aos seus funcionários. No entanto, apenas 9% dos funcionários concordam.

A coach e consultora de carreiras Waleska Farias analisa esse cenário e afirma que um líder deve nutrir interesse genuíno pelas pessoas com as quais trabalha e comprometer-se com seu desenvolvimento para que os resultados sejam construídos da melhor maneira possível. “Muitos líderes na tentativa de serem eficientes e autônomos tornam-se cegos em relação às necessidades e expectativas das pessoas ao seu entorno. Pessoas oprimidas não desempenham no “melhor de si” e passam ao largo do entendimento dos conceitos de alto desempenho e resultados excepcionais.”- afirma Waleska.

As justificativas são variadas, mas remetem à falta de disposição do chefe em dar atenção aos subordinados durante o trabalho. Para 15% dos funcionários, falta paciência ao gestor, enquanto 13% o consideram ausente. Outros 10% acham que ele é muito ocupado, e 9% avaliam que o chefe não se importa com os funcionários. Já 8% atribuem essa situação à falta de preparo, e 6% culpam o tamanho da equipe.

Quando percebida pelos profissionais, a negligência com os subordinados influencia na motivação e na confiança no trabalho. Segundo a pesquisa, se o chefe lhes dedicasse mais atenção, 43% dos funcionários dizem que se sentiriam mais valorizados. Já 40% acham que teriam mais motivação para trabalhar, e 35% ficariam mais confiantes.

Waleska Farias afirma que a missão do líder é atuar como elo de integração e ilustrar pelo próprio exemplo a excelência dos resultados através de objetivos colaborativos e soluções integradoras. “Desta forma, é possível promover a motivação necessária à sustentabilidade dos resultados e longevidade dos profissionais nas organizações”. – completa a consultora.

“O ser humano precisa de líderes inspiradores. Se a palavra ilustra o exemplo arrasta.”- diz Waleska. Muito mais do que de críticas, as pessoas precisam, de fato, de referências de sucesso ilustradas através de posicionamentos que mostrem ao profissional seu valor e importância no cenário corporativo – a sensação do estamos juntos, a despeito de quaisquer adversidades – na legitimação dos interesses próprios como princípio de motivação para construção dos resultados através de um investimento conjunto.

*Fonte: Eva Hirsch Pontes – Accredited Coach Supervisor – Coaching Supervision Academy, UK. Professional Certified Coach – International Coach Federation

Waleska Farias
Liderança, Carreira e Imagem

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