“Princípios são dominantes nas ações. As pessoas podem duvidar do que você diz, mas elas acreditarão no que você faz.”
À medida que a globalização se estende, torna-se cada vez mais latente a necessidade de desenvolver uma visão do mundo e das relações em sociedade pautada nos aspectos da civilidade. E nesse movimento, cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade no que cabe à formação de uma interface mais humana e sustentável.
A ética visa garantir que nossas disposições ofereçam benefícios de forma geral ao ambiente onde vivemos e às pessoas com quem convivemos, além da promoção, apenas, dos nossos próprios interesses. Antes de tudo e em qualquer circunstância, devemos preservar a integridade na forma como pensamos e agimos, através do respeito e consideração por todos com quem direta ou indiretamente interagimos.
À medida que nos tornamos capazes de acatar o ponto de vista do outro, a despeito das nossas diferenças, como uma forma legítima de expressão da verdade e percerbermos a importância de tornar nossas avaliações menos parciais, certamente, somaremos ao propósito maior de humanização da sociedade pela qual, também, somos responsáveis, pois a ética desprovida de justiça é tão nula quanto à fé sem realização.
Quando falamos de ética, associamos de pronto à questão do caráter das pessoas, pela formam como se portam na suas relações interpessoais. Se, realmente, agem com transparência, comprometem-se com o outro e cumprem o prometido. E a cada deslize de conduta arranhamos nossa imagem e reputação e comprometemos a credibilidade das nossas relações.
Cultivar uma conduta ética na nossa vida pessoal e profissional vai muito além de uma mera questão de opção, pois configura-se uma obrigação, e “não é necessária chancela acadêmica para sermos éticos e agirmos com respeito ao outro. Um coração sincero e boa vontade já nos torna capaz.”
Ao estabelecermos nossos objetivos devemos avaliar se privilegiam, também, a um senso comum. De que forma podemos ser fiéis aos nossos propósitos incluindo a necessidade e percepção do outro na nossa realidade? Se a ética tem como finalidade balizar as nossas relações, temos como ponto de partida conjugar nossos interesses com os interesses daqueles com os quais convivemos.
Antes de manifestar nossas intenções devemos perceber a forma como as mesmas afetam a vida das pessoas ao nosso entorno. Relevar determinados comportamentos pelo fato de que devemos, sim, condescender quanto às limitações e resistências dos nossos amigos, familiares, colegas e, inclusive, desconhecidos, quando necessário.
Deslocar-se do “self” em busca de parcerias que potencializem nossa capacidade de realização e fortaleçam nossas alianças. Evitar críticas e preconizar elogios. Agir a favor, consciente de que nem sempre o ganho é imediato ou garantido. Tudo pelo simples desejo de ser justo, empático e comprometido com o coletivo.
Na construção desse novo universo, qual a parcela de contribuição que nos torna merecedor da atenção e respeito daqueles com que convivemos? Não somos responsáveis individualmente pelo resultado das nossas interações, mas todos somos completamente responsáveis por tudo. Precisamos construir um modelo de referência que traga civilidade às nossas relações nas mais diversas estruturas: política, comunidade, família e organizações em geral.
É primordial que nossas ações sejam desenvolvidas numa perspectiva de grupo. Exercer a empatia e conciliar nossos valores com códigos de conduta, enquanto norte nas tomadas de decisão, tendo a absoluta certeza de que sozinho não vamos longe e que a criação de alianças é o caminho que nos libertará dos preconceitos e nos permitirá ter uma vida consistente com o que acreditamos ser decente enquanto experiência em conjunto.
Independente de sermos chefes, subordinados, políticos, eleitores, alunos ou professores, nossa recompensa será, sempre, proporcional aos frutos das nossas ações.