A Marca Geração Y

“A transformação requer inovação e sintonia entre o que foi, o que é e o que virá.”

Eles vieram com a proposta de pensar diferente, exercer o novo com convicção e fazer valer seus direitos e valores. Como a cada nova geração, existe o encontro do que “era” com o que “será”. Nesse encontro, não cabe o julgamento do que é certo ou errado, mas, sim, a avaliação dos aspectos positivos dessa nova proposta em linha com o que já foi conquistado pela experiência adquirida, ao longo do tempo. É hora de unirmos o valioso conhecimento conquistado pelas gerações anteriores ao anseio de inovar dessa nova geração.

Cristina, às vésperas de graduar-se psicóloga, com dois anos de experiência na área através de estágios e emprego garantido em uma consultoria de RH, afirma que muitas vezes foi avaliada como impulsiva, imediatista, individualista e espaçosa. Quando questionada, hoje, a respeito da veracidade da avaliação, diz ela, “Algumas vezes, realmente, acho que me excedi e confrontei alguns colegas de trabalho que não tinham o mesmo ritmo e estilo que o meu”. Quando não compreendemos o outro nem tampouco nos relacionamos de forma empática, a qualidade das nossas relações interpessoais fica comprometida.

Torna-se um desafio a convivência entre pessoas com estilos e mentalidades tão diferentes. Todos sob uma mesma bandeira, tendo que efetuar trocas constantes em prol de objetivos, nem sempre em comum. “Eu acho que as experiências pelas quais passei me ensinaram a perceber que existem diferenças que não podem ser acertadas com o confronto, comenta Cristina. É menos desgastante tentar chegar a um consenso sem que uma das partes tenha que fazer valer seu ponto de vista na raça.”

Não se trata apenas de uma mera questão de quem está com a razão ou de quem é melhor. Todo esse processo configura a forma de ver, sentir e pensar de uma geração distinta, referenciada pelo modo como foi moldada. Afinal, somos, principalmente, “frutos do meio”. O passado nos permite enxergar que em todos os momentos da história da humanidade vivenciamos aspectos positivos e negativos, os quais serviram como base empírica para evolução de vários conceitos. Um fato que precede ao outro, uma geração que sugere outra.

Somos todos parte de uma mesma engrenagem, ensaiando, hoje, o que seremos amanhã. Ao maldizermos nosso registro, atual, incorremos no risco de macular nosso passado e limitar nosso futuro. Gerações distintas em convívio comum sugerem a cada um, desafios “sob medida” para seu desenvolvimento.
Em reunião recente ouvi de um executivo de RH a seguinte frase: “Meus filhos me alfabetizaram e meus netos me graduaram na arte do relacionamento interpessoal. Hoje, na empresa, utilizo o aprendizado de casa para aperfeiçoar as relações com a nova geração de colaboradores no trabalho.” Quando pergunto se a tarefa é fácil, responde: “Ao compreender as diferenças, com boa vontade e entendimento, a cada dia, aprimoro minhas experiências com o outro”. Quando nos dispomos a aceitar o novo e não mais nos contrapomos às mudanças percebemos que evoluímos no nosso modo de pensar e agir. Fazemos, então, nosso upgade pessoal.

Felipe, 23 anos, cursando gestão estratégica em marketing digital, diz que nesse momento sua maior preocupação não é com a permanência no local de trabalho, pois essa é a hora de fazer testes. “Preciso saber o que, realmente, desperta meu interesse para depois pensar em jogar a âncora. Quero trabalhar em uma empresa que me permita ter aprendizado constante, reconheça meu talento e respeite os meus valores. Por isso é fundamental que eu teste algumas empresas para fazer uma escolha consciente, em linha com o que eu quero desenvolver.”

É característica do “Y” testar estruturas e conceitos antes de definir o que melhor alinha-se ao seu ideal. Esse tipo de comportamento o faz perceber logo cedo ao menos o que não faz parte da sua realidade, evitando o processo de acomodação. Eles falam de sustentabilidade pessoal, ética, aprendizado contínuo, inovação, resultado rápido e demandam feedback constante. Não há tempo a perder. É mandatório que suas conquistam tenham um sentido maior e façam a diferença. Se essa atitude não for reconhecida e valorizada, certamente não haverá um motivo para que esses jovens dediquem-se e exerçam seu potencial. E acreditando que são capazes, eles fazem acontecer.

Sejam do núcleo Baby-Boomers, X ou Y, a manutenção das relações interpessoais entre esses profissionais passa por uma questão de aceitação de pontos de vistas e comportamentos distintos, e como em todo relacionamento, é essencial que exista respeito e consideração para que todas as partes possam efetuar trocas e reconhecer o valor do processo de formação de alianças. E esse aspecto, também, deve ser incorporado aos processos do RH, enquanto premissa básica para a saúde do clima organizacional e realização dos resultados da empresa. E mais a frente virão as próximas gerações como novos e maiores desafios para todos nós, portanto, façamos como sugeriu Augusto Cury: “Se alguém hoje lhe bloquear a porta, não gaste sua energia com confronto, procure as janelas…”

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